começou a contagem regressiva do desafio criativo de free motion quilting, dá pra acreditar?
quando eu comecei, não imaginava como seria esse movimento, muito menos pra onde isso ia me levar. não quero ainda fazer uma reflexão sobre o desafio – deixa pro final – mas uma coisa ficou muito evidente pra mim ao longo de todo esse processo, a minha preferência por certos padrões de quilting, e aversão a outros padrões.
eu tenho uma lista bem selecionada e curta dos padrões de free motion quilting que eu mais gosto, que são os que eu mais faço e sempre fiz, e tem outros que eu nem considero fazer.
estranho né? mas nem tanto. fiquei refletindo sobre esse sentimento de recusa a certos padrões, e cheguei à conclusão que isso revela muito mais sobre a minha essência, e mais ainda sobre meu estilo criativo.
as plumas estão no topo dessa lista dos padrões que amo, e posso ficar um dia inteiro quiltando diversas variações dela, não me canso nunca.
já disse em outro post que é um dos padrões mais desafiadores de aprender. digamos que pra quem é iniciante, as plumas serão o último padrão da lista.
tô dizendo isso não pra me gabar, mas por ser uma conquista enorme quiltar plumas bonitas. qualquer quilter celebra esse momento. e acredito que por ser uma grande conquista, sentimos uma alegria imensa em quiltar plumas e ver elas nascendo com perfeição, depois de tantas plumas tortas, esquisitas e sem direção.
porque não é só aprender a quiltar o desenho da pluma perfeito, é entender que tamanho ela precisa ser quiltada, em que espaço, pra não sair esquisita. é aprender a preencher um espaço com plumas, transformando uma folha em branco em um desenho fluido que compõe com harmonia todo um espaço, seja lá que forma esse espaço tiver.
na minha opinião, as plumas são atemporais, e quando a gente vê esse padrão em um quilt, pode ter certeza que ali tem uma quilter experiente.
hoje, quando comecei a pensar em qual padrão iria quiltar, nenhum me veio à mente. já quiltei todos os meus preferidos top 5 da lista. resolvi dar uma pesquisada, mas não encontrei nada que me atraiu.
existem milhares de padrões, mas pra mim, todos que pesquisei, me pareceram muito simples, sem graça, sem complexidade, sem interessância.
descobri que eu sou bem chata e exigente quando o assunto é quilting. sou chata e exigente com tudo, mas com quilting o nível sobe um pouco mais! kkkkk
eu também já estava cansada do tecido que estava usando pra quiltar no desafio, e decidi pegar retalhos de outros tecidos pra quiltar os últimos dez padrões.
adoro quando existem limitações pra minha criatividade, ela se rebela e arrasa!
já estava cansada do tecido, nenhum padrão de free motion quilting estava me agradando, e também não estava a fim de criar um padrão novo. senti que precisava de cor e formato diferente pra continuar o flow do desafio.
peguei os retalhos, cortei em quadrados menores, e só escolhi retalhos coloridos.
agora a brincadeira será quiltar em tecidos coloridos com linhas coloridas e brincar com as infinitas possibilidades de combinações de cores entre a cor do tecido e a linha.
escolhi esse tricoline lilás e quiltei com outra linha de viscose – aquela do achado do armarinho que eu contei no post anterior – só que em um tom de lilás mais escuro.
parti para as plumas, porque quando vi esse quadrado menor, eles gritaram: “plumas, plumas, plumas!”. e assim nasceu essa variação de plumas lindas.

o quilting é um trabalho por si só maravilhoso, mas quanto mais interessância a gente acrescenta, mais a gente consegue explorar, e é onde entra o trabalho de patchwork moderno.
hoje ficou claro pra mim, que eu preciso desses dois trabalhando juntos: quilting e patchwork moderno. as formas de um topo de patchwork trazem o padrão de quilting que eu vou quiltar em cada forma geométrica que se forma.
é como dançar, a música traz o movimento. no quilting, o trabalho de patchwork traz o padrão de free motion quilting, e os dois unidos criam uma obra única e harmônica.
a partir de hoje eu vou repetir muitos padrões, mas me aguentem, porque agora eu vou brincar com as cores!
fiquei pensando que talvez eu precise de terapia pra quebrar o preconceito com alguns padrões de quilting…kkkkkk
brincadeiras à parte, eu de fato acredito que a gente precisa ir subindo degraus e deve ir acrescentando complexidades ao nosso trabalho, senão ficamos em uma zona muito superficial, sendo que temos potencial de explorar e colocar pra fora o que temos de melhor, nossa criatividade.
um abraço,

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Respostas de 2
Pri, quantos aprendizados esses dias seguidos quiltando (e escrevendo)! Realmente prática e mergulho na profundidade fazer a gente ver coisas que um trabalho superficial não fazem! Talvez antes de terapia você poderia se desafiar a fazer um padrão que você não gosta de diferentes formas. Talvez uma te agrade? Cores diferentes, misturas com outros padões que você gosta? Tamanhos diferentes? Será que rola?
Eu por aqui, muito introspectiva hoje, aqui está o texto, para descobrir o porque:
13.3.2025
Hoje é dia de eclipse (amanhã tecnicamente… daqu a algumas horas). Não consigo deixar de pensar no último eclipse lunar que vivi. Não me sai da cabeça. Estava exausta, tal como hoje. Não admira que os povos antigos viam os eclipses como algo malévolo. A lua (ou o Sol, nos eclipses solares) desapareciam e a terra era envolta em escuridão. As trevas prevaleciam sobre a luz. Hoje, poucos pensam assim sobre os eclipses, mas não deixam de ser momentos em que o misticismo, o mistério e um cansaço inexplicável nos envolvem, deixando incertezas no ar e convidando ao interiorizar!
Em setembro estava indo para Léon. E só me lembro da exaustão! Um andar que não terminava.. Um arrastar eterno pelas ruas! Mas o dia seguinte me pareceu um renascimento. Uma energia muito forte de uma nova fase. A minha cabeça estava organizada. Na época achei que fosse pelos dois dias que passei na cidade! Que me deu tempo de estruturar o que não estava conseguindo nos outros dias. Mas agora sei que foi muito mais do que isso. Parecia uma nova pessoa.
Tudo parecia dentro da normalidade até de tarde, quando fui à catedral. Lá tive o momento mais transcendental de todo o caminho. Assim que coloquei a cabeça nas mãos, como sempre faço para me conectar comigo e com o espiritual ouvi uma voz que parecia que vinha de dentro de mim – “Você é maior do que as suas dores”. E neste preciso momento alguma coisa no meu coração se quebrou. Era como se por muitos anos tivesse guardado aí um cristal, muito precioso, que não largaria por nada. Como se desfazer de um tesouro de tal magnitude? Mas ele tinha apenas um brilho. Um brilho ofuscante. Eu não sabia que a luz estava dentro. Dentro desse coração cristalizado… ou petrificado? A luz, o sentimento, a sensibilidade. Tão bem escondidos dentro da couraça brilhante, que ela passou a ser o meu bem mais precioso! A ser defendido com unhas e dentes! Ele quebrou nesse dia em Léon! Como uma casca de ovo e a luz começou a sair e a inundar todo o meu ser! Era luz, era calor, era aconchego, era verdade. Era algo meu, mas que estava esquecido pelas camadas e camadas (apesar de bonitas) que eu tinha criado! EU tinha criado! As lágrimas brotaram como uma avalanche. Precisava delas para limpar o que não me servia! Enquanto o corpo sacudia para ajudar no processo de limpeza! Não sei quanto tempo fiquei na Catedral, mas menos do que precisava. Sai para a luz do dia confusa com a realidade. Como se visse o mundo pela primeira vez. Olhos cheios de água ainda, corpo tremendo, uma vulnerabilidade extrema.
Reparo que as pessoas me olham de forma diferente! Sem falar nada, a mudança é visível! A indagação no olhar que me chega é – quem é você? O que você fez com a Ina que chegou em Léon?
Hoje também é dia de deixar o que não serve para trás. Estou pronta. O que não me serve pode ir. E amanhã estarei mais leve e verei o mundo com novos olhos!
sim!! rola demais! farei isso mesmo. aplicar de maneiras diferentes pra ver o que que sai. aliás, fiz isso com o crista de galo…não gostei mesmo! mas fiz, anyway..kkkk aaahh e essa introspecção é esse eclipse mais finalzinho de ano astrológico. até a virada do ano, o melhor que a gente tem a fazer é ficar quieta e só observar, sentir, refletir. é o que você escreveu no seu texto, deixar ir o que não serve mais. vamos ter clareza do que está indo mais pra frente, agora, o melhor que temos a fazer é entregar.