o padrão de free motion quilting nuvens, é bem parecido com o arco-íris. a diferença é que os arcos do arco-íris são mais na vertical, e as nuvens, na horizontal.

esse é um padrão muito versátil, porque ele é fácil, rápido, traz uma textura linda pro trabalho, e é possível misturar qualquer outro padrão de quilting com ele e criar novas versões.
nessa amostra, eu acrescentei bubbles em algumas nuvens pra dar um charme a mais. não fiz bubbles em todas as nuvens, porque minha intenção era só dar um toque, e não queria um trabalho muito quiltado. o objetivo era preservar a textura mais fofinha que as nuvens criam.
fiz um jogo de cores pra trazer interessância. escolhi um tecido azul mais escura e quiltei com uma linha verde neon. poderia ter brincado um pouco mais, misturando mais duas ou três cores de linha neon, mas como a amostra é pequena, preferi manter apenas o verde.
escolhi o verde por ser uma combinação mais fria com o azul, uma combinação que eu quase não faço. tenho a tendência de escolher cores mais quentes como laranja, rosa e vermelho.
sair um pouco da zona de conforto na hora de criar, traz um respiro pra criatividade.
às vezes faço exercício, de criar com cores que eu não escolheria, escolher tecidos com estampas que não me agradam tanto. e tô precisando fazer isso com o quilting, né? kkkkk ainda estou apegada aos padrões de quilting que mais gosto. mas aos poucos, vou me rendendo a fazer testes com padrões que não estão na minha lista.
aliás, eu estou com vários tecidos estampados aqui que não me agradam tanto.
acredito que o maior desafio pra um artista é transformar algo que aos seus olhos não é belo, em belo, em arte.
esse é o trabalho de quem trabalha com arte e design, transformar o que não é belo, em belo.
quando eu começar a criar com esses tecidos vou compartilhar o resultado aqui no blog. já estou imaginando o que pode sair desse experimento.
um abraço,

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Respostas de 4
Pri, que encantadora essa amostra! Pela primeira vez pensei seriamente em como as cores me afetam! Eu sei que me afetam, mas normalmente sou taão desligada que não noto! Este eu adorei por causa do azul! E foi muito consciente! Acho que com este desafio estou aprendendo coisas sobre o meu ser visual que eu desconhecia! Não é o máximo isso? A extensão (e lugares impensáveis) até onde vai o desafio? Outra coisa que me chamou a atenção é que são cores frias (que eu amo e você não costuma criar com elas). Fiquei pensando se é por isso que gostei tanto. Ou pelo profundo do tecido em relação à linha (como sou do contra… confesso que gostei) hehehehe.
Gostei mais das nuvens do que do arco iris. Ao tentar pensar no porque me veio que talvez o padrão por ser mais na horizontal é mais feminino do que o vertical. Será que é isso? O que você acha?
Estes dias para mim tem sido muito intensos! Aqui estáo meu texto com um pouco sobre isso:
14.3.2025
Hoje o dia teve uma agenda própria. Não saiu nada de acordo com o planejado. Eu, sendo uma pessoa fluida, vou muito na onda do que vier, mas hoje as direções me chamaram particularmente a atenção. Não sei se estou mais perceptível ou se foi intuição, ou mera coincidência (se bem que, há muito deixei de acreditar em coincidências…)
O dia claramente me pediu solidão. Havia muitos planos para encontros e todos foram por água abaixo. Ainda houve viagens e consequentemente tristeza e despedidas! Acabei por passar o dia sozinha e como estou cansada, fiquei mais por casa. Mas foi difícil ficar sozinha. Não queria, queria distrações, e de repente apercebi-me de como as coisas às quais me inclinava não eram as minhas reais necessidades do momento, mas as fugas da realidade, as ilusões, para não encarar o que me incomodava! Comi muito doce, que desde a primeira mordida me caiu mal, mas eu não parei. Seguindo a definição da loucura – continuei fazendo a mesma coisa – comendo mais e mais chocolate, esperando o bem estar… que obviamente não veio… só veio o incômodo! Distraí-me com filme e música. Mas também não me elevou os espíritos como de costume. Descansei e até dormi de tarde, mas acordei pior. Saí de casa e fui tomar um sorvete no centro da cidade, mas a baixa energia das pessoas que vendiam afetou-me tanto, que quando voltei a casa, não conseguia aguentar o mínimo barulho e precisei isolar-me, no silêncio e na escuridão do meu quarto, que me serviu de refúgio. Ouvia o grilo e o som da chuva de fora, mas não me acalmaram. Nem o som, nem o cheiro nem a humidade que me trazem tanta paz normalmente. E de repente, como uma barragem que não aguenta mais, veio a tristeza e o choro e um desconforto enorme de estar sozinha. Apercebi-me que no caminho de Santiago evitei ao máximo este mal estar. A dificuldade do dia-a-dia já era tanta, com a solidão imposta, a dor nos pés, a incerteza do que teria ao virar da esquina (um albergue ou mais uma montanha para enfrentar) e emoções fortes que vem pelo caminhar. Se eu me permitisse sent´-las a 100% não sei se teria conseguido sobreviver. É claro que senti algumas, quando vinham em horas de acolhimento, numa igreja ou perto de um rio, com amigos… quando me sentia amparada Mas a maior parte do tempo era preciso ser forte.. Tal como na vida, a maior parte do tempo preciso ser forte!
Mas hoje a tristeza se instalou de tal forma que não consegui sacudi-la do meu corpo. Simplesmente fiquei na inércia e na culpa (porque não posso estar mal e não fazer nada a respeito). Mas nesse momento me veio que se me levantar rápido, não sentirei a emoção 100%. É como se a varresse por baixo do tapete. Decidi entregar-me então ao sentir, esgotar tudo o que tinha dentro de mim. E chorei, e fui afundando dentro da tristeza, como dentro de um poço de água. Me imaginei envolta no desconforto, como se fosse água gelada da qual quero sair o mais rápido possível. Mas hoje a intuição me sussurrou, fica. Comecei a respirar fundo para me acalmar, apesar do desconforto.
Lembrei-me também de algo que umas das minhas melhores amigas partilhou comigo quando tínhamos 13 ou 14 anos – “quando não consigo dormir balanço o corpo como se alguém me estivesse embalando”. Faço o movimento. Traz-me recordações da mais tenra infancia e acalmo mais ainda. Quanto mais acalmava, mais relaxava e mais a tristeza penetrava em mim, mais profundo eu sentia, me afundava, mas não pelo desespero, mas pela aceitação e rendição! Aceitação não do que eu gostaria ou deveria ser, mas do que é! Comecei a sentir que o meu corpo e a energia que me envolviam eram um só. O meu corpo tinha se dissolvido completamente, aberto completamente, relaxado completamente. Tristeza, corpo, alma, Ina eram um só.
E da mesma forma que o meu corpo tinha se sincronizado com a tristeza que me fez sentir-me uma com ela, comecei a sentir a dissociação de novo. Tristeza para um lado, corpo para o outro. Mas agora, do outro lado da tristeza. Sem ter tentado vencer, combater ou lutar contra ela, consegui chegar ao outro lado. Apenas me permiti sentir e passei para o outro lado. Senti como se tivesse acessado algo guardado a sete chaves, no caso, guardado pela tristeza. E a única forma de passar para o outro lado era de aceitar a tristeza, afundar nela e confiar que não é um poço sem fundo. Não era. Raramente é! A paz que comecei a sentir era algo que nunca tinha sentido. Ainda com os olhos húmidos do choro, percebi o porquê de precisar ficar sozinha, percebi o porquê de ter assomado a tristeza justo hoje. As condições perfeitas se teceram para me dar acesso ao espaço sagrado guardado pela tristeza. Tive sorte, resisti às tentações de fuga, de não aceitação e de ignorar a chance de sentir. Agora escuto o grilo, sinto o cheiro e a umidade da chuva de um ponto de vista muito mais profundo, mais conectado com a minha essência e mais real e uma gratidão imensa.. muito maior do que o medo da dor e da tristeza!
é incrível a profundeza que um simples desafio pode ter né? são as surpresas boas que encontramos pelo caminho quando nos propomos a realizar algo. pode ser sim que as cores tenham contribuído pra você gostar tanto. as cores tem um grande impacto em nós, o tempo inteiro. vemos cores em tudo, e elas nos influenciam em tudo, o tempo todo. começa a prestar atenção nos ambientes que você entra, em como a sensação muda de lugar pra lugar. e que forte o que você viveu hoje. não adianta a gente fugir do que estamos sentindo né? é preciso encarar e se permitir sentir. e mais que sentir, buscar de onde vem essa tristeza, porque ela está ali, o que precisa ser feito pra acabar com ela. experiências de tristeza profunda como a que você vivenciou, trazem reflexões. e acredito que nesse período que estamos, pós-eclipse, fim de ano novo astrológico, o que você viveu, foi um chamado para finalizações e limpezas. o que está te fazendo mal que precisa de um ponto final? aproveita essa fase até o dia 20 pra refletir, e encontrar o caminho que você precisa seguir.
Pri, acredito que essa tristeza tenha sido por coisas antigas que estavam fossilizadas no meu corpo. Foi o que senti. Que viver o que vivi já foi a liberação. É engraçado perceber que a experiencia que tive de liberação em Leon (onde ouvi a voz de “você é maior do que as suas dores” foi no dia seguinte do eclipse Lunar e esta experiencia também! Por isso acho que a experiencia em si é a liberação. Como se já tivesse feito o trabalho a nivel mental e emocional e so faltava o corporal, o celular para acabar de resolver. E eu digo tristeza porque estava no desconforto e chorei. Mas pode ser que o desconforto tenha sido causado por energias pós-eclipse e que o choro tenha sido só liberação! De qualquer forma, ao pensar na Ina antes do caminho, depois do caminho, no início deste ano e agora, dias antes do ano estrológico vejo uma diferença enorme. Estou caminhando e aprendendo a deixar fluir e a deixar ir tudo o que não me serve! Sinto que estou indo na direção certa e estas experiencias fazem parte do processo da gente se encontrar!
E quanto às cores – estou muito mais atenta do que antes. Às cores, energias, pessoas… e estou percebendo cada coisa…. mais uma diferença que vejo em mim! hehehehehe
que incrível! duas experiências fortes após um eclipse lunar. realmente, a experiência em si foi uma liberação. você está em um processo de cura muito profundo!