já disse que amo as plumas né? esse padrão de free motion quilting é tão amado, porque além de ser lindo e versátil, é uma conquista conseguir executar ele.
o que eu mais acho incrível é a textura que ele cria, e todas as possibilidades de uso que ele dá.

mas hoje foi mais um dia daqueles desafiadores. a linha arrebentou muito! não conseguia quiltar 5 minutos sem ser interrompida pela linha se rompendo.
foram diversos testes de regulagem, mas o problema continuou. pensei em desistir, porque o perfeccionismo falou mais alto. de novo, respirei fundo e me lembrei que dias assim fazem parte do quilting.
enquanto me entregava para o processo interminável de arrebenta linha, passa linha novamente, regula a máquina, eu lembrei que existe influência da cor da linha no fato dela arrebentar muito ou não.
quiltei com a linha de bordado, lumina setta, que tenho de várias cores e não tenho esse problema de arrebentar muito. porque na cor preta isso está acontecendo?
quando comecei a quiltar, percebi que a textura dessa linha estava diferente das outras. me parece que ela está mais fina. não sei…pode ser impressão.
mas é fato que essa questão da cor tem relação com o fato dela arrebentar muito ou não. acredito que pode ser no processo de tingimento da linha. isso acontece em fios de crochê. ou pode simplesmente ser o lote daquela linha que não estava dentro dos padrões de qualidade.
o lado bom de ter escolhido essa linha, é que descobri que ela não está boa. quero comprar outra idêntica – mesma marca, mesma cor – e testar, assim descobrirei se é a cor ou o lote. ou pode ser quem está quiltando – eu! kkkkk
mais uma vez, respirei fundo e terminei o quilting. não ia desperdiçar meu tempo e uma amostra dessa.
as plumas podem ser usadas de diversas maneiras, e uma delas é quiltando somente plumas, sem espirais como base.
elas vão crescendo, e ficam parecendo conchas misturadas. no início, inclusive, eu até pensei em quiltar em formato de conchas. mas à medida que o quilting foi evoluindo, e a linha começou a arrebentar exaustivamente, apenas deixei fluir pra ver no que ia dar.
não tá nem perto de estar perfeito, mas finalizei. tô vencendo o perfeccionismo! dois pontos pra mim! =D
um abraço,

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Respostas de 2
Pri, que vitória! Eu acho incrível como este padrão encaixa! E um patrão tão intuitivo e de compreensao nao racional, que a minha mente não consegue processar! Quem sabe um dia aprendo até a quiltar ele, mas até lá observo e absorvo pela intuição como ele se constroi e encaixa!
E aqui o meu texto de hoje:
28.2.2025
Estou com o corpo gelado, energizado, arrepiado do mergulho no rio. Ainda pingando deito na pedra quente, que absorveu o calor do sol o dia inteiro. Sinto como o corpo começa a se sintonizar com a pedra. Como é bom, pedra quente na pele gelada, calor que se sente a cada centímetro do meu corpo, da cabeça aos pés! Mas é muito mais do que só a temperatura. As minhas células reagem à energia sólida da pedra, nutrem-se dela, como se penetrassem em direção ao centro da terra e puxassem para si toda a nutrição, calma e estabilidade que encontram9. Viro de barriga para cima. Os raios do sol cegam-me. Fecho os olhos, mas a energia do Sol é tão forte e magnética que é impossível olhar noutra direção. Mesmo com olhos fechados vejo a luz amarela que sinto como uma fonte inesgotável que me inunda com o seu calor. Parece que entrei dentro do Sol e a sua energia me envolve, ilumina, cura e dissipa tudo o que não me serve mais. Agora, dentro da luz amarela aparecem pontos dourados. Por momentos acho que deliro, mas não, a respiração funda e a pedra quente centram-me e sei que o que sinto é muito verdadeiro e real! Sinto-me a flutuar num espaço entre a terra e o céu, como se o tempo tivesse parado e eu estivesse suspensa na intemporalidade. Vem agora a brisa trazer o cheiro do cerrado e um frescor necessário. Tenho a impressão que a minha consciência está se desdobrando em várias direções – presto atenção na sensação da minha pele contra a pedra quente, o toque da minha mão na rocha áspera, a luz que enxergo mesmo com os meus olhos fechados, o cheiro de terra, grama e flores do cerrado, o murmurar inconfundível do rio que, mais do que qualquer outra coisa remete ao fluir da vida (exatamente como um rio).
Não sei se passo um minuto ou uma hora nesse torpor. Quando finalmente retorno ao que eu chamo de realidade (quem me garante que realmente o é?) sinto que descarreguei tudo no rio e nas rochas e sinto que o Sol me iluminou e abençoou com a sua luz e o seu calor. Que mais poderia eu pedir da Natureza?
sim! ele se encaixa muito mesmo, e esse é o objetivo! que delícia esse seu momento. foi uma limpeza com direito a energização!