no padrão de free motion quilting de hoje, escolhi fazer o crista de galo (eu que dei esse nome porque achei igualzinho), mas ele é uma mistura de swirls, as espirais, com as plumas.

confesso que não gosto desse padrão.
é engraçado como vamos desenvolvendo uma preferência de padrões de quilting ao longo dos anos. enquanto quiltava o crista de galo fiquei pensando nisso.
eu sempre uso apenas swirls, plumas, folhas, bubbles e mctavish, são os meus preferidos. gosto de padrões de quilting mais fluidos, e esse crista de galo, definitivamente, não é nada fluido.
arrisquei usar a linha preta de novo, e no início ela arrebentou demais. depois fluiu.
quando começa a arrebentar demais, a gente não consegue quiltar com fluidez, tem lugares que a forma não fica boa. enfim, é bem estressante. e o fato do padrão não colaborar com a fluidez, só deixa tudo mais chato.
é isso, hoje foi a primeira vez que eu achei chato quiltar.
mas a melhor parte desse desafio é essa, testar padrões e entender o que funciona pra mim e o que não funciona.
tem padrões que eu nem considero quiltar porque acho feio. e tá tudo bem achar feio. não é porque é quilting que tudo é bonito.
é muito bom entender qual é o nosso estilo, pra onde a gente tende a ir quando está criando. acredito que isso acontece com todo artista. e isso acaba se transformando na nossa marca pessoal.
esse padrão de hoje não me deixou feliz. não gostei do resultado final e não gostei do design dele em si. considerei seriamente descartá-lo, mas se eu fizesse isso eu não estaria sendo honesta nem comigo, nem com você, minha leitora.
compartilhar frustrações e erros faz parte do processo, porque nada é perfeito, e temos dias bons e ruins. a minha ideia aqui no blog é ser um canal de troca sincera, de vida real mesmo. e sinta-se à vontade de compartilhar os seus dias ruins e suas frustrações aqui nos comentários também.
um abraço,

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Respostas de 4
Pri, que engraçado você não gostar deste padrão! Eu achei muito interessante à primeira vista. Depois que vi os galos já não gostei, e agora se não reparo os galos, gosto, e se reparo não gosto! Alucinante, não? Fiquei me perguntando se não gostei porque você falou que não gostou ou porque eu realmente não gostei! Mas acredito que teve uma influência sim!
Hoje, dia internacional das mulheres, o texto foi inspirado no tema, claro. Aqui vai
8.3.2025
Hoje é dia internacional das mulheres! Dia muito celebrado em muitos lugares do globo terrestre! Logo pela manhã me deparei com o questionamento do meu menino curioso e seríssimo em questões de justiça. Parece comigo – quando eu era pequena vivia batendo o pé no chão e gritando que não era justo! Ele, filho de Ina, diz – “é injusto ter o dia internacional da mulher e não ter o dia internacional do homem”… hum, paro no meio do gole de café. Como explicar resumidamente para ele sobre todo um mundo machista e patriarcal, sobre como começou o feminismo, sobre como até nos anos 70 em alguns países mulheres não votavam, não podiam abrir conta no banco, viajar ou mesmo dirigir sem a permissão dos maridos, como fazer esta geração (que vê o mundo do ponto de vista infantil e masculino) entender realmente as lutas que foram para algumas para outras como a mãe ou a colega de sala ter “igualdades”. Decido concordar com a injustiça e deixar o papo sério para outra hora – se existe um dia das mulheres, também deveria existir o dia dos homens. Eu não sou da opinião que existe um dia da mulher e o resto é dos homens, nem que deveriam se celebrar todos os dias o dia da mulher! Então, faz sentido – se enaltecemos a mulher um dia, deveríamos fazer o mesmo com o homem! Afinal somos complementares e precisamos um do outro!
Entre conversas que tenho no dia surgem assuntos como feminismo e feminino. Sinto que tem havido uma mudança fundamental neste sentido na sociedade. Que o feminino ganha poder sobre o feminismo que se defendia quando eu era pequena – quando estava na moda mulher mostrar que era forte como um homem, esperta como um homem, produtiva como um homem. Eu mesma, fui criada muito neste espaço mental e lembro de dizer que não queria casar nem ter filhos, aos 12 anos tinha um ódio profundo aos homens e nem sabia porquê (provavelmente repetia o que escutava nas músicas que gostava de ouvir), o que mais me interessava na vida era estudar e ter uma carreira (num ambiente masculino, de produtividade e competição). Adoro competição e tenho tendência a passar em cima de tudo e todos para ter o que eu quero. Estas crenças e comportamentos crônicos fizeram-me perder completamente a ligação com o meu feminino, Detestava usar saias e vestidos e roupa rosa no geral, ser “menininha”, ser ou estar sensível, me mostrar vulnerável, deixar as emoções fluírem! Foi tanto controlar por tanto tempo, que ainda acho difícil deixar as emoções fluírem. Hoje em dia muito se fala sobre o poder do feminino no sentido em que há uma compreensão maior de que homens e mulheres pensam e funcionam fundamentalmente de formas diferentes. Até nas empresas há uma abertura para que se integrem as duas visões na tomada de decisões. Os homens, de forma mais prática e direta, as mulheres de forma mais circular e lenta. Não há certos e errados, mas é notório que uma equipe que tenha homens e mulheres tenha resultados mais interessantes (talvez não tão rápidos e práticos, mas com certeza mais complexos e de maior abrangência). É uma tendência que me alegra. Se somos tão diferentes, deveríamos poder viver plenamente estas diferenças e prosperar dentro da nossa energia. E sim, participar da vida laboral e ser ambiciosa e competidora! Claro!
Por outro lado, ainda se sente na sociedade um profundo machismo. A sociedade ainda é patriarcal e muitos dos padrões vividos pelas nossas ancestrais ainda estão presentes. Lembro-me do dia que ouvi falar de feminismo na escola pela primeira vez. Fiquei deslumbrada! Adoro causas difíceis, rebeldia, lutar pelo que se acredita de corpo e alma, dando todo o sangue e suor no processo! Sendo a minha mãe muito temperamental achei que ela fosse concordar comigo e que a gente iria debater por horas os incríveis feitos das mulheres, como a causa é inspiradora, como temos sorte de viver nesse tempo onde as mulheres podem e querem ter a sua carreira, o seu desenvolvimento profissional e a sua independência! Ela no entanto, com a sua franqueza nata jogou um balde de água na minha cabeça fervilhante – “melhor para uma mulher ser professora – trabalhar 20 horas e ganhar por 40” (esta era a realidade onde a gente vivia). “Querendo ou não a mulher não ganhou igualdade, mas uma jornada dupla – a profissional e a de casa. Melhor você ter um horário mais flexível para conseguir cuidar dos seus filhos e da casa!” Zero debate, zero inspiração! Fiquei irritadíssima com a minha mãe! Achei que ela vivia no passado retrógrado e que o mundo moderno não era nada disso! Eis que, décadas depois, vejo a realidade pela perspectiva de uma mulher ativa, mãe e dona de casa. Realmente, por muita ajuda que se tenha, por muita divisão de tarefas que haja, a função da mulher com a casa e PRINCIPALMENTE com os filhos é infinitamente maior! Só a gravidez, o parto e a amamentação, que são fisiológicos são suficientes para que não haja comparação, mas existe ainda a ligação emocional com a mãe, que é tão importante e que tanto drena a energia de uma mulher. Não é só os incontáveis “mãe, mãe, mãe” que ouvimos um milhão de vezes por dia, é a resposta emocional que o nosso corpo nos oferece a cada choro ou riso, é a capacidade de curar com um colo ou com uma palavra (mas às custas de energia que se desprende de nós) é o cuidar através da nutrição – não só preparar comida nos horários certos, mas também estar presente e atenta para as necessidades além do físico. E nem vou falar das noites sem dormir, porque teoricamente, estas são mais fáceis de dividir com o parceiro! E acima de tudo – depois do primeiro filho, com todo o processo de gravidez, parto, infinitos hormônios, amamentação, noites sem dormir e, para mim, o mais difícil, ter um ser completamente dependente e atrelado a nós, é muito desafiador redescobrir quem somos. Digo redescobrir porque a pessoa que não tinha filhos já não existe mais e no meio de todo o caos e informações que são bombardeadas por toda a parte é praticamente impossível entender em quem nos transformamos! Não há muito tempo atrás, ao conversar com uma amiga que tem um filho de 10, 11 anos, disse-me – “agora que sinto que volto a ser eu. E não a mãe do meu filho. Agora ele tem independência suficiente para dar-me espaço suficiente para ser eu. Poder trabalhar, criar e existir no meu espaço (ela é artista, pintora)! 10 anos! Repito DEZ ANOS! É claro que sempre haverá pessoas a dizer que com 4 meses os bebês vão para a escola e voltamos ao trabalho e somos as mesmas máquinas corporativas que fomos antes. Eu mesma, seguindo o conselho da minha mãe, fui ser professora, mas senti uma frustração gigante de não conseguir dedicar-me nem ao trabalho nem ao bebe. Parecia que fazia tudo pelas metades, que andava zumbi o tempo todo, que era uma péssima mãe e uma péssima profissional! As circunstâncias da vida me empurraram num caminho de ficar em casa e de ser mãe a tempo integral! Foi uma das melhores experiências da minha vida! Porque eu gosto de mergulhar fundo no que faço e de não ter distrações! Mas cada caso é um caso e acredito que a sociedade está no bom caminho ao oferecer a oportunidade da pessoa escolher se trabalha ou se fica em casa. (é claro que isto nem sempre é o caso. Há quem queira trabalhar e é inviável e há quem queira ficar com os filhos, mas não há como abandonar a carreira ou o segundo salário!)
Acredito que como sociedade estamos no caminho certo. De entender que homens e mulheres são diferentes, de dar oportunidade de escolha às mulheres, de comemorar o dia das mulheres não tanto como uma ode à igualdade mas sim, uma celebração da mulher que nutre, gera e dá vida e que se expressa na sua maior potência a partir desse lugar de cuidar, nutrir e criar! Estamos no caminho certo, mas ainda temos muito que percorrer!
Feliz dia das mulheres!
hahahaha..não sei se você foi influenciada, mas eu realmente não gostei. acredito que você fez bem em não entrar no papo sério. ia render assunto hein? concordo com você sobre as questões do feminino e feminismo. acho que o que falta é a mulher se libertar de preconceitos e padrões, pra ser ela mesma, e fazer o que ela quiser, o que funciona pra ela. mas esse assunto é realmente muito complexo, e até a mulher conquistar esse lugar de se libertar de tudo isso e mais um pouco, tem muita água pra derramar. mesmo que ela consiga de certa forma se libertar, sempre vai ter uma pressão e cobrança da sociedade, da família. e eu acredito que a mulher precisa ter essa liberdade, e o meio em que ela está inserida precisa respeitar sem julgar. temos muito caminho pra caminhar ainda, mas um dia a gente chega lá!
Pri, pensamos muito parecido! É tão reconfortante isso! Você falou tantas palavras que me são próximas ao coração – liberdade, preconceitos, padrões (de antigamente e das crenças da sociedade em geral), ser o que ela QUISER! AMEM! Pressão, cobrança, sociedade e familia! RESPEITAR SEM JULGAR! Será que conseguiremos? Acredito que o caminho é mais longo do que imaginamos, mas se tivermos um rumo, um norte, exste esperança! E quando existem pessoas que ressoam com os nossos valores e o nosso rumo, a esperança aumenta exponencialmente!
acredito que conseguimos através da nossa mudança, da nossa imposição de limites, da maneira que nos colocamos pro mundo e da nossa união. falta muita união entre as mulheres. união, compaixão, apoio, escuta. os homens tem muito mais isso, que nós mulheres. tudo culpa desse sistema. já nascemos sendo educadas pra competir com outras mulheres, e com homens também. é um caminho longo, mas não impossível.