arco-íris sempre chamou a minha atenção, não só pelas cores, mas pela simplicidade. e é por isso que escolhi esse padrão de free motion quilting para a amostra de hoje.

como pode uma forma tão simples conseguir toda a nossa atenção?
pra mim, arco-íris é um portal mágico, assim como todas as formas em formato de arcos. arcos são passagens, portais para uma outra dimensão.
lembro que quando criança, ficava olhando para um arco-íris e imaginando que legal seria se a gente pudesse andar por cima dele e chegar na outra ponta. ou passar por baixo e entrar em uma outra dimensão.
tem dias que sinto falta da imaginação da minha criança. por mais que eu seja criativa, a imaginação de um adulto não chega nem perto da de uma criança.
enquanto quiltava, fiquei pensando que preciso trabalhar mais a minha imaginação. imaginar mundos, possibilidades, sem limitação alguma.
já parou pra pensar como seria o seu mundo ideal?
- o que teria nesse mundo?
- quais as cores, formas, sons e cheiros desse lugar?
- o que você faria?
- quem estaria lá com você?
- como seria esse mundo?
fico pensando que a gente pode criar esse mundo na nossa mente e ter esse lugar como refúgio. sempre que quisermos, é só fechar os olhos e se transportar pra lá.
quem diria que um padrão de quilting iria desdobrar nesse papo?
mas esse é o poder da arte, nos transportar para outras realidades, ou mostrar a verdadeira realidade.
me conta aqui nos comentários, como é o seu mundo?
um abraço,

ps: vem ver todos os padrões do desafio criativo de 30 dias de free motion quilting.
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Respostas de 2
Pri, que inspirador. Criar como uma criança. Me vieram à cabeça autores de literatura que criaram mundos, linguagens, como o autor do Senhor dos Anéis ou de Alice no país das maravilhas. Realmente o poder da imaginação de uma criança é gigante e se conseguirmos não perdê-la, ou reaprender a acessá-la depois de adultas seria fantástico. O melhor dos dois mundos.
Hoje tive a intuição de esperar para escrever. E ainda bem. Tenho histórias de arco iris, e quantas perguntas que você fez… e quantas perguntas que o seu post desencadeou na minha mente… Ainda bem que deixei para escrever depois do seu post. Hoje escrevi apenas do arco-íris! Este post ainda vai ser inspiração para muitos outros texto. Mas por hoje, aqui está o meu texto:
6.3.2025
No dia 9.4 perto do ano 2000, foi a primeira vez que fui à Espanha. Lembro que era época de Páscoa! Quando chegamos à cidade espanhola parecia uma cidade fantasma. Daquelas do faroeste! Mas as casas em vez de serem de madeira e o chão poeira pura, eram alvenaria, algumas flores e asfalto. Mas até as moscas paradas. Nem um lugar aberto para comer. Foi quando descobri a seriedade da siesta na Espanha. Anos depois iria perceber que no sul do país, em Andaluzia, nada estava aberto na hora de almoço pelo calor, mas pelo contrário, às 23, mesmo 1 da manhã, as crianças brincavam nos parquinhos. A siesta também me acompanhou ao longo do caminho de Santiago! E o engraçado era que em cada cidade havia um horário diferente, então era impossível fazer planos para evitar o horário das lojas ou restaurantes fechados! Se estava com fome, era uma roleta russa! Não sei se os Espanhóis fazem por terem sentido de humor, porque não gostam dos peregrinos ou porque tem um sentimento de revolta que não lhes permite serem iguais à cidade vizinha. Não perguntei, mas deveria! Já tenho mais uma razão para voltar a peregrinar por aqueles lados.
Mas de volta à minha adolescência. O dia era de grande, GRANDE ventania! Depois de uma refeição muito mal comida (mas pela qual ficamos muito gratos, porque afinal… siesta), passamos por Évora, e quase não conseguimos ficar pelas fortes rajadas que se faziam sentir. Eu já estava de mau humor. Cansada da viagem, sem ter conseguido comer como deve de ser, com frio e agora nem conseguimos visitar a cidade! Que deselegante por parte da meteorologia!
Estamos no carro de volta. Eu, no meu mundinho. E eis que vejo no céu, de um lado ao outro da estrada, um arco-íris tão grande como nunca antes tinha visto. Grande e completo. Saía da terra, passava pelo alto do céu, e ia parar à terra de novo, do outro lado da estrada. Fiquei maravilhada. Tanta beleza, entre as nuvens e o vento. Do conforto da janela fechada, via a magia dos raios de sol que se refletiam e refratavam nas gotas da atmosfera para criar a mais bela das ilusões! Como a esperança de que dentro da luz existe sempre um mundo paralelo de cores e promessas de uma realidade mais branda, menos cinza, menos dura, menos fria. Sempre que vejo um arco-íris imagino como será passar por baixo dele. Sei que é impossível, mas a mente não questiona sempre dentro do real. Enquanto admirava o arco-íris pela janela e a minha mente fervilhava com um milhão de questionamentos e possibilidades, o arco-íris desapareceu! Não aos pouquinhos, escondido por entre as nuvens. Mas puft, como um passe de mágica. E de repente algo chamou a minha atenção pela janela do fundo. O arco-íris! Tínhamos passado por baixo. Os meus sonhos vão se realizar! É o que diz a lenda!
O dia 9 de abril foi por muito tempo o meu dia de sorte. Sempre aconteciam coisas surpreendentes nesse dia! Até hoje me pergunto como foi possível o que vivi. Não estava sonhando nem delirando! Talvez seja das pessoas que conseguem ver as coisas por diferentes perspectivas e me foi dado o presente de ver o arco-íris por perspectivas diferentes! Ou talvez, nesse dia, acessei um mundo onde mais coisas são possíveis do que no nosso “mundo real”. Talvez este tenha sido o mesmo mundo com o que me deparei em alguns lugares do caminho. Em Muxia, em O Cebreiro, em Léon, e em tantos outros – bosques, prados, pedras antigas, onde tive a certeza que não se aplicam as leis do que os adultos nos pregam como verdades absolutas para esquecermos a verdade que descobrimos ou já trazemos em crianças. Talvez a verdade de acessar realidades paralelas? Talvez a verdade de ver o mundo como ele é e não como nos limitam a imaginá-lo!
ou talvez de ver o mundo como ele é aos nossos olhos! fiquei feliz que meu quilt arco-íris desencadeou várias coisas na sua mente, e trouxe essa lembrança da espanha. a gente se conhece tanto quando revisita esses momentos!