mais um padrão de free motion quilting que foi criado na hora, sem planos nenhum. nomeei essa maravilha de rosas, porque aos meus olhos, são rosas.
a ideia inicial era quiltar uma espiral em linhas curvas, partindo do centro, e preencher todo o quadrado da amostra. escolhi essa linha na cor rosa neon, que eu amo. sentei na máquina, posicionei exatamente no meio do trabalho, e comecei a quiltar.
na quarta volta, enxerguei uma rosa, e achei lindo demais, não queria perder aquele desenho, mas ainda achei que estava pequeno. precisava desenvolver mais. decidi fazer algumas voltas a mais e arriscar. o meu receio era fazer muitas voltas e perder a forma de rosa. o resultado foi mais lindo ainda, quando maior, mais a forma se materializava aos meus olhos.
e foi nesse ponto que mudei a direção do que tinha planejado, decidi criar o meu padrão de quilting livre, rosas.
a cor, rosa neon, me inspirou demais. o padrão já é lindo, e com essa cor, ficou mais incrível ainda. eu amo rosa, em todos os seus tons.
eu tenho muito disso, começo com um plano, e ao longo do caminho, mudo, crio algo novo, retorno pro plano, e assim vou criando algo completamente diferente do que tinha em mente no início.
por muito tempo me culpava por não seguir o plano, mas hoje, vejo isso como a minha forma de criar. eu funciono dessa maneira. o projeto inicial é apenas um guia pra apontar o início. o desenvolvimento e o final, é outra história.
e você? o que achou desse padrão que eu criei?
um abraço,
ps: vem ver todos os padrãos da série do desafio criativo.
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Respostas de 2
Pri, que lindo, que delicado! Rosas, claramente! Mesmo se você não tivesse falado! Eu também sou muito de começar de um jeito e fazer de outro. Por isso as minhas to do lists são muito mais de orientação do que reais! Quantas vezes começo com uma intenção o dia e termino totalmente diferente! Eu sou muito, muito grata por ter descoberto, entendido e aceitado este meu funcionamento e vejo que você também! Não ha nada melhor a meu ver! Hoje as rosas são testemunha disso! E tenho a certeza que quando a cor da linha for a certa, você vai fazer o seu padrão do centro para fora! Uma marrom ou verde de semente ou uma azul de ripples na água!
E aqui está o meu texto de hoje:
10.3.2025
Hoje foi dia de arrumação! Comecei cedo, como eu gosto. Quando a casa está silenciosa e tranquila e, por isso, consigo ouvir os meus pensamentos ao arrumar. Ainda estava escuro e vi da janela grande o alvorecer e escutei o acordar dos passarinhos! É uma hora em que a concentração existe, a casa respira e o fluir acontece. A casa e as coisas me dão acesso e permitem serem cuidadas! Antes eu resistia a tais ideias, que paredes e objetos reagem a pensamentos, palavras e intenções, mas ultimamente, o impacto é tão claro que decidi que não vale a pena a minha resistência! Intuição, só intuição, mesmo que não tenha um pingo da nossa lógica cartesiana! Existem lugares (na minha casa e na minha cabeça com certeza) que me são muito fáceis de arrumar e outros que por muito que tente, sempre me dão uma impressão de confusão, desorganização e nebulosidade!
Hoje foi dia de arrumar um lugar assim, “inarrumável”. O que acontece normalmente é – tiro tudo do lugar, seleciono o que quero ficar, descarto o resto, e guardo de forma mais organizada. Mas por muito que repita o processo, há lugares que não fazem sentido na sua arrumação. Hoje tive um insight – se na minha cabeça não estiver claro o que quero, não importa quantas vezes vou repetir o processo de organização, as coisas não vão ter lugar, porque não consigo dar-lhes um lugar na minha cabeça. Não é assim o princípio hermético do mentalismo? O universo é mental e tudo é mente! E logo a minha mente se fez outra pergunta, porque então não consigo dar-lhes um lugar? Qual é o meu problema? Está tão dentro do inconsciente que ainda não tenho a resposta, nem sequer hipóteses… Já sei que não é hoje que vou conseguir ter sucesso total com a arrumação!
Outro insight surgiu logo – a teoria e prática são muito diferentes! Na teoria sei muito sobre arrumação. Então porque me deparo com tantos problemas na prática? Me vieram vários exemplos da vida real, de comunicação, de relacionamento interpessoal, na esfera profissional, na aprendizagem – desde hobbies a assuntos sérios… e neste pensamento eu parei! Tudo é um aprendizado! Começamos com a teoria, entendemos mais ou menos, começamos a aplicar na prática, nem sempre funciona! Mas insistimos mais, voltamos a aplicar na prática e só melhora! Um bebé que aprende a andar, por exemplo, cai muito até conseguir correr (a natureza é muito sábia de fazer as crianças que aprendem a andar terem pernas tão curtinhas)! As crianças não desistem nunca e não se desanimam nunca! Caem, levantam, tentam, caem… até conseguir! Porque a vontade de andar é muito mais forte do que o medo de cair! A mesma coisa com quem aprende um idioma novo! Repete, até conseguir ser fluente! Se viver no meio onde se fala o idioma, é mais fácil e mais rápido (e a motivação é muito maior! MAS, com repetição e vontade, tudo é possível!) Fiquei entusiasmada com este pensamento! Até agora, eu achava que tinha que entender os porquês de tudo! Porque não conseguia arrumar! Na minha cabeça, se descobrisse a razão, iria ser capaz de arrumar. Mas já tive experiências onde pela repetição, o cérebro consegue descobrir caminhos de compreensão que não são lógicos. Por exemplo – ler um livro em um idioma no qual não somos 100% fluentes. No início do livro, é difícil, não se entende nada! Lembro-me do primeiro livro que li em inglês! Estava de visita a Londres com a minha escola! A minha professora de inglês tinha organizado a excursão e fez questão de me levar! Escolheu a data que eu podia ir! Já em Londres, vimos uma loja de livros usados e decidi que não poderia perder a oportunidade! Não era como agora, não havia livros em inglês disponíveis em Portugal, muito menos fácil acesso de compra online! Só reconheci um título – O diário de Bridget Jones! Conhecia a história, era leve e divertida! Não um livro massudo! Iria ser esse mesmo! Eu, com os meus 17 anos, não antecipei a escrita alternativa, com um milhão de abreviaturas de diário e o humor ácido de uma mulher nos seus trintas a criticar a sociedade à sua volta! Eu lia palavras e não entendia NADA! Mas, por algum motivo que me ultrapassa, continuei lendo as palavras! Pelo meio do livro entendia metade, no fim entendia tudo! Pensei – no fim do livro as frases estão mais fáceis! Voltei no início e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que entendia TUDO! Um mistério até hoje para a minha lógica que insiste em repetir que, se não se descobrem os porquês, não é válido nem real! Outro exemplo que tenho é o de cantarolar uma música italiana sem saber a letra, até o meu cérebro “entender” o que a boca cantava. Tudo pela repetição! O cérebro vai tentando desfazer o novelo de lã e entender a confusão pela “simples” exposição! Continuo a minha arrumação. Agora o foco é outro! Fazer, fazer o meu melhor e continuar sempre (repetir) e… curiosamente começo a sentir uma organização interna que nunca tinha sentido antes! Como se as coisas fizessem mais sentido! Será que é esta a resposta? Deixar fluir, fazer e acreditar que pela vontade e repetição (trabalho sério e duro) a nebulosidade vai clarear e tudo estará melhor? Hoje, em frente à janela grande, com o ar fresco da manhã e os pássaros cantarolando, acho, pela primeira vez, que sim e um sorriso aconchegante envolve todo o meu ser!
eu acredito que o caminho é esse: repetir, repetir, com foco, concentração e atenção. tudo que a gente coloca energia, cresce. e eu também acredito que o que faz a gente realmente aprender ou desenvolver algo é a decisão. tenho pensado muito sobre isso. eu, com a minha lua em gêmeos, sofro com a dúvida eterna e os “e ses” que aparecem pelo caminho. mas eu fico nesse limbo porque não tomo uma decisão. agora, perto dos meus 40 anos, estou aprendendo sobre o poder da decisão. por mais que me falem que nós podemos sim, realizar tudo que quisermos ao mesmo tempo, me convenci, pela minha própria experiência de vida que só cresce e desenvolve o que eu dou atenção e me dedico a fazer, e é impossível fazer bem feito 2 ou mais coisas. pra mim, a vida tem mostrado que é preciso decidir, escolher mesmo um caminho e seguir. é fácil decidir? não! definitivamente não! mas é o poder da decisão que faz a gente caminhar mais longe, com mais força, clareza e determinação.