#5 desafio criativo – free motion quilting folhas

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dos cinco dias de desafio, esse padrão de free motion quilting, folhas, foi o mais desafiador. não porque é difícil, mas porque eu tive muitooo problema de linha arrebentar.

achei até engraçado, porque escrevi no post de ontem sobre o perrengue de regular máquina, e hoje o que me acontece? suei pra regular a máquina pra esse quilting.

não sei se foi o dia que estava tenso, ou eu que estava mais sem paciência, mas olha…tive vontade de jogar essa amostra pro alto.

foi um processo chato! toda hora a linha arrebentava.

mas deixa eu começar do início.

há uns dias atrás eu fui em uma loja de armarinhos, e encontrei uma linha de viscose que eu não conhecia. é a linha cairel – raiom para bordar, 100% viscose. comprei pra testar no quilting, mas ainda não tinha usado.

hoje já acordei pensando nela e decidi que seria ótimo aproveitar o desafio pra testar o quilting com ela.

sentei na máquina, e já na hora de encher a bobina senti o drama. apesar da linha ser mais grossa que a lumina setta, aquela linha de bordar super comum em free motion quilting, ela (a de viscose) arrebenta MUITO fácil.

logo pensei que precisaria regular a máquina com pouquíssima tensão. regulei, peguei um sanduíche que deixo pronto pra testar a regulagem da máquina, e comecei a quiltar.

toda hora a linha arrebentava. no início, arrebentava a da bobina. deixei a bobina com a tensão bem soltinha. funcionou!

depois, foi a linha de cima que arrebentava. não dava nem um segundo quiltando, e a linha já arrebentava.

o pouquinho que quiltei, já mostrou o potencial da linha de deixar o trabalho lindíssimo. ela tem um brilho diferenciado.

juro que pensei em encarar o processo de arrebentar a linha toda hora. mas segui testando várias regulagens, e nada. já comecei a ficar nervosa.

cansei de jogar aquele tanto de linha fora, e parti para a amostra do desafio com a linha 100% algodão, mesmo.

a linha que eu usei foi da marca connection threads, mais uma da coleção que trouxe de houston.

o padrão é o folhas (nome que eu dei), mas também pode ser encontrado como wildfire. talvez porque também lembre uma chama de vela.

pra mim, está mais para folhas.

esse padrão de free motion quilting é bem fácil e rápido de executar.

mas o que levaria 20 minutos, se transformou em 1 hora.

a linha não parava de arrebentar. -_-

tive que respirar fundo mil vezes, trabalhar a minha paciência e o perfeccionismo.

tive vontade de jogar pro alto e sair correndo? tive! mas trabalhei a minha mente pra seguir em frente.

chegou um momento que ficou bem difícil, eu já estava muito nervosa e irritada e considerei mesmo, parar.

em momentos como esses é que a gente percebe se aprendeu alguma coisa na vida, né?

eu parei, respirei fundo, e pensei: “o ponto está perfeito, a tensão está perfeita, mas a linha continua arrebentando, então o único problema sou eu. eu estou nervosa e estou quiltando rápido. esse padrão está me pedindo calma”.

mais um respiro pra continuar, e recomecei quiltando devagar, falando pra mim mesma: “calma, vai com calma!”.

e adivinha? a linha parou de arrebentar.

nesse momento eu me vi com aquele emoji de carinha de palhaço, sabe?

que lição né? nem preciso comentar.

é claro que eu não vou ter somente dias de alegria nesse desafio. hoje foi um dia de irritabilidade e nervosismo, que exigiu de mim muita paciência e controle mental.

e ainda tenho que lidar com um quilting que não ficou excelente pela quantidade de vezes que a linha arrebentou. mas estou ok com isso. tenho aprendido a largar o perfeccionismo de lado.

a minha maior conquista de hoje foi finalizar esse quilting, estando bonito ou não. \o/

bora pra mais uma experiência amanhã!

um abraço,

ps: se você ainda não viu os outros padrões de quilting, vem ver?


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Respostas de 4

  1. Pri, que dia de criatividade, hein? Para quem pensa que criatividade só acontece quando estamos surfando na nossa melhor onda… na na não! Só de ler dos seus problemas já arrepiei… nem imagino como deve ter sido difícil não desistir… mas que lições poderosas você encontrou nesse caminho de linha que arrebenta.. para você e eu que somos perfeccionistas vejo como foi importante a aceitação da sua arte não perfeita- se bem que, você sabe que é só você que vê! Eu não saberia dizer se está ou não como você quer… isso é só da sua cabeça! Mas, por muito que está aceitação seja a sua maior vitória, eu achei que você ter conseguido parar no meio do seu stress e irritação, descobrir que o problema era você, e com calma e respiração conseguir resolver foi muito, muito forte, muito difícil e muito inspirador! Quando mexemos com arte é inspirador, mas também desafiador, porque estamos no modo das emoções. Você ter presença de espírito nesse momento é conseguir concluir o trabalho me inspirou muito! Muitos aprendizados!

    Aqui esta o meu texto:
    25.2.2025
    A noite está quente. Não se sente nenhum movimento do ar, nenhuma brisa. Mas não está abafado. O calor envolve sem oprimir. Lembro-me dos verões quando era criança. Quando as estações existiam e tudo fazia sentido. Calor de noite significava férias, dias imensos, ondas de mar nos pés, tardes preguiçosas a ler ou lagartear debaixo da sombra mais densa das árvores. Saladas refrescantes em vez de comidas quentes e frutas puro açúcar, escorrendo melado pelas mãos e pernas. Era verão de corpo e alma! Um exagero de paz, céu aberto, e principalmente calor, que recarregava as baterias que permitiam a sobrevivência no inverno dos dias curtos, do frio e da humildade!
    Hoje o calor é quase anual. Se converteu em modo de sobrevivência e não de recarga! Sobrevivência porque a monotonia cansa! Aqui ninguém corre para a rua para aproveitar os raios de sol, pelo contrário. O Sol muitas vezes provoca reclusão! Precisei encontrar rituais diferentes para festejar o sol e o calor!
    Hoje a noite pede celebração! Abri a janela com uma urgência, uma sede de me fundir ainda mais com o calor… Ou quem sabe, um desejo inconsciente que procurava a brisa que me permitisse respirar! A brisa não veio, mas vieram os cheiros de terra, grama, flores de um jardim regado! A mesma humidade tão nociva no frio, mas no calor acalma o ardor! A água em mim se sente pertencente! Quase sai, gota por gota do meu corpo para se fundir com a terra! As cigarras tímidas me convidam a apreciar o seu cantar. Uma vibração que começa baixinho e me envolve, mais e mais até começar a penetrar no meu corpo, na minha pele, no meu sangue! Reorganiza as células lentamente, do hemisfério norte para o hemisfério sul, num sussurrar que diz, pertences, à noite, ao calor, às emoções, ao cantar.

    1. creio que criar também é saber surfar as ondas ruins né? fácil é criar quando tudo está fluindo, quando estamos inspiradas…mas em dias ruins, é muito difícil criar. e acredito que esse desafio tem me ensinado a criar, fazer o que precisa ser feito, no matter what! kkkk Ina, eu imagino como essa questão do clima deve ser desafiadora e diferente pra você! o que você falou do calor causar reclusão, é muito verdade, e não imagino uma realidade onde as pessoas saiam de casa pra celebrar os raios de sol. sei que essa é a realidade em muitos países, mas fiquei pensando, o quanto nós, brasileiros, não valorizamos esse sol e céu azul que temos em abundância por aqui. e ao mesmo tempo, eu sinto falta de um inverno rigoroso, de olhar pra janela e ver o céu cinzento e a neve caindo, mesmo nunca tendo vivido isso. só vivi poucos dias à passeio. acho que eu ia ser mais feliz vivendo as estações mais bem definidas.

  2. Ahhh, esqueci de dizer:
    Para mim a linha verde parece com folha, mas a vermelha super se parece com uma chama… e juntas parecem flores.

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