#3 desafio criativo – free motion quilting bubbles

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as famosas bubbles, conhecidas em português como bolhas ou bolinhas, é um dos padrões de free motion quilting mais desafiadores, na minha opinião.

elas são lindas, dão uma textura incrível, mas são extremamente demoradas de quiltar.

confesso que quando comecei a quiltar esse quadrado, não imaginei que fosse gastar quase que o dia inteiro. sim! gastei quase um dia inteiro pra quiltar um quadrado de 21 x 21 centímetros.

quiltar bubbles é o melhor treino de quilting pra quem está aprendendo. elas são sim muito desafiadoras, mas é com elas que a gente aprende mesmo a sincronizar o pé no acelerador da máquina e o movimento das mãos.

fazer curvas no quilting demanda muita prática, porque é o momento mais crítico onde tudo pode dar errado: a linha pode arrebentar, embolar, pode acontecer de pular pontos, ou os pontos saírem cada um de um tamanho.

isso acontece por causa da velocidade que a gente acelera a máquina e a velocidade que a gente movimenta as mãos.

é preciso encontrar uma harmonia entre as duas velocidades, e entender se uma precisa ser mais lenta que a outra, ou vice versa.

essa velocidade pode variar de acordo com o tamanho da bola que a gente quilta. quanto maior, mais sincronicidade é necessário.

mas é colocando a mão na massa que a gente aprende, né?

é por isso que eu sou super a favor de praticar bubbles.

além disso, esse padrão é curinga pra preencher pequenos espaços quando estamos quiltando vários padrões diferentes em um mesmo trabalho. bubbles salvam trabalhos de quilting! kkkk

outro ponto a destacar desse padrão, é que ele deixa o trabalho bem estruturado. quanto mais quilting tem um trabalho, mais rígido e estruturado ele fica.

é preciso levar isso em consideração quando estamos criando um quilt, porque vai impactar diretamente no resultado final.

o processo de praticar essas bubbles demandou muita paciência e determinação da minha parte. confesso que pensei em desistir várias vezes.

mas taí outro aprendizado, tem trabalhos que vão demorar mesmo, e é preciso trabalhar a nossa mente pra resistir e ter a paciência de esperar ficar pronto.

a linha arrebentou diversas vezes. eu tive que encher a bobina diversas vezes. e todo esse pára e continua, só colabora pra deixar o trabalho mais trabalhoso e demorado.

outro detalhe desse padrão é esse, gasta MUITA linha! muita mesmo! perdi as contas de quantas vezes eu tive que encher a bobina.

mas no final, ele fica lindo! eu amo bubbles!

achei curioso o que aconteceu enquanto eu quiltava. como escolhi uma linha em tom de cinza, ficou parecendo um desenho à lápis, e enquanto eu quiltava, me deu muita vontade de sair desenhando com quilting.

senti como se estivesse desenhando com lápis e papel.

quilting é um desenho livre só que à máquina, né? mas essa foi a primeira vez que isso aconteceu, acredita?

é claro que vou me dar esse presente e vou desenhar quiltando. compartilho aqui no blog quando estiver pronto.

um abraço,

ps: vem ver os padrões dos dias 1 e 2 do desafio criativo:


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Respostas de 4

  1. Pri, que mágico esse quadrado de 21×21!!! Se vcoê achou que parecia um desenho feito a lápis eu vi um de 3D. Como se as bolhas maiores estivessem mais perto de mim, pulassem da tela. Vi pedrinhas de praia. Me transportou totalmente. E sei que ainda vou ver muitas coisas se ficar observar mais e mais e mais. Perserverança é um aprendizado duro, mas como compensa! Que resultado incrível!

    O meu texto de hoje:
    23.2.2025
    O equilíbrio é a chave de tudo. Domingo então é dia de equilibrar as energias da semana que passou e de repor energias e entusiasmo para a semana que virá. Com isso não digo ignorar a vida e passar o dia debaixo do cobertor (mesmo que isso me aconteça… quando a vida me pede um reequilibrar mais drástico).
    Hoje o equilíbrio aconteceu ao abrir a minha lata de café. Um ato singelo que realizo (quase) todos os dias. Quando é dia de moer café a casa se enche com um aroma intenso e sensual. Mas hoje o café era apenas um resto. Moído há alguns dias. Abri a lata e alguém me chamou. Cometi o quase pecado de deixar a lata aberta. Digo quase, porque ninguém quer um café que tenha perdido o cheiro, mas hoje, o efeito que isso teve foi de transformar a minha cozinha num lugar aconchegante mas excitante ao mesmo tempo. O meu corpo reagiu ao cheiro de forma muito profunda. O cheiro me conectou com algo quiçá adormecido. Talvez o cheiro das lojas que moíam café na minha terra natal. Aquelas lojas minúsculas com café de todos os cantos do mundo, moído na hora. Só os nomes eram tão exóticos como as 1001 noites – arábica, Colômbia, Brasil. Quando tinha os meus 5 anos, isso soava a piratas, mistérios, princesas árabes, aventuras longínquas. Talvez me conectou com a alegria que sentiria depois da xícara, estando eu tão cansada da semana. Talvez com algo sensual, profundo e sombrio, como o café. Sei que o meu pulso se acelerou e o prazer que o cheiro me proporcionou de manhã não foi algo que sentisse no dia-a-dia. Já sei que hoje é dia de sentir, de se entregar às sensações. Não há compromissos, reuniões, trabalho. O corpo pede pausa. Envolvida no cheiro e no ritual de fazer o meu café, tudo me parece em câmera lenta e reparo em coisas que não costumo reparar. O canto dos pássaros, que está mais exaltado do que de costume – talvez eles também estejam celebrando o cheiro do café. Os raios do sol matinal, que entram na diagonal pela minha janela e reconfortam com a sua luz quente. O café pronto, xícara fumegante na mão, inspiro. Mmmmmmmmmmmmmm, como é possível? Fico o que me parece eternamente neste espaço entre o café pronto e o primeiro gole, olhos fechados. O aroma é tão presente que impede qualquer outro pensamento. É o único convidado da minha mente. Abro os olhos. Inspiro de novo, aroma mais intenso agora que estou com os olhos abertos. Que estranho, parece que estou num mundo paralelo onde não se aplicam as regras do mundo real. Mas estou mergulhada tão a fundo na experiência, que não me questiono nem por um segundo. Primeiro gole, fecho os olhos de novo. Não quero nenhuma interferência visual. Concentração total no sabor. Mas não foi o sabor que senti, mas o calor e a textura do café. O aroma exótico de repente abriu espaço ao calor aconchegante que penetrou intensamente por todo o meu corpo, de uma forma mais lenta do que o chá, pela sua textura mais encorpada, quase cremosa. Sempre reparei no sabor e ficava por aí. Amargo, forte, com muito, pouco ou zero açúcar. Um café mais simples ou especial, um expresso fortíssimo ou um suave coado. Hoje a textura, o calor e o aroma que já me tinham envolvido de uma forma tão inesperada falaram mais alto. É dia de parar, sentir, se perder na profunda intensidade do café.

    1. adoreiii a sua percepção desse padrão! ♥ e posso dizer? até agora esse foi o melhor texto! me transportei pra esse momento do café, e já imagino que ele possa ser o primeiro capítulo de um livro. me senti lendo um livro! e essa experiência que você relatou com o café, foi pra minha, uma vivência do momento presente. você conseguiu estar presente naquele momento. que lindo!

  2. Pri, como é inspirador se conectar desta forma. Através da arte e da criatividade. De ter um feedback, uma outra perspectiva! Estou amando o seu desafio. E estou com o feeling que no fim do desafio tanto eu quanto você seremos pessoas muito diferentes da Pri que quiltou e da Ina que escreveu para o primeiro post. Um mergulho profundo em quem somos e como o outro nos vê!

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